sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Caninos em cacos

Pregue meus punhos,
Venda meus olhos,
Amarre-me na cruz
Jogue a chave da razão fora.
E desabrocha
Em seu jeito enigmático
De menina que fisga o palhaço.
Arranque-me a crina
Morda meu ventre…
É a minha retina,
Meu corpo caliente.
Apesar de que gritem todos
Os palavrões desobedientes
Eu escutarei seus gemidos,
Que rugem em sua mente.
Mesmo que manchem
Os papeis documentais.
Eu sei que é menina
Em si uma leoa
De quebrados caninos,
Mas ainda morde
Segue o destino.
Foge da morte.
Enrola seu corpo
Febril entre ao meu…
Deixe-me em pele viva
Para sentir a sua
Carne adentro
Sedenta de sangue…
Se te veem inocente
Eu te vejo mulher.

Andréa Balsan,
15/10/2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário